Então somos “duas senhoras, encharcadas de riso, diante do coruscante ouro da bebida”. Irônica citação de Hilda a iniciar o texto. E ao fundo o Adágio de Albinoni. Não, Clair de Lune, que tinha lua mesmo no céu.
Inesperado e preciso. Foi assim o encontro. Duas senhoras sentaram-se à mesa, uma em frente à outra. Conversaram animadamente. E foram descobrindo caminhos através de histórias do passado. Sim, risos. Família, amigos, amores... Aos poucos, foram chegando ao ponto.
Dói. O ponto é como um alvo, atingido em cheio, no peito.
Despedidas, promessas de um novo encontro, mais feliz. E o ir pra casa por ruas escuras e frias, o cigarro, tudo pontual, marcado, cena de cinema. É outono. Até à noite a luz é mais bonita.
O dia seguinte é como despertar de uma embriaguez. Mas as histórias serão. Tempo de verbo refletindo um cansaço estranhamente otimista. Ilusão, que seja. Duas senhoras se encontraram. Ainda é outono.
12.5.06
4.5.06
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